Para fortalecer as políticas de inclusão e fortalecimento da cultura dos povos originários, a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semec) e da Coordenação Antirracista de Belém (Coant), preparou uma programação com diversidade de palestras e mesas, que envolve as lutas e direitos sociais dos indígenas.
Meio Ambiente
Desde janeiro, Belém pleiteia a vaga para sediar a COP-30, em 2025. Nas vésperas de receber pessoas de todo o mundo para debater as mudanças climáticas, o evento contou com a palestra “Racismo ambiental e os impactos na vida dos povos da Amazônia”, com a participação da militante e coordenadora do Instituto Nossa Voz, Nice Tupinambá.
“Trazer o debate sobre o racismo ambiental objetiva mostrar como a agressão ao meio ambiente afeta diretamente os povos ao redor das áreas atingidas, como os indígenas, ribeirinhos e quilombolas. Por isso, falar sobre racismo ambiental tem um valor fundamental nesse evento que envolve o abril indígena”, informou Nice.
Ela ainda ressaltou que essa temática é fundamental não só para os povos da Amazônia, mas da coletividade, principalmente neste momento em que se está com foco na COP-30 em Belém.
Belém Mairí
A mesa de debates abordou a identidade indígena. “Passamos por um processo de violência, invisibilidade, etnocídio e negação em nossos nomes, mas sempre estivemos aqui, em Belém. Trazer esse tema para debater essa inquietação é fundamental em nosso governo e suas políticas de inclusão”, destacou a indígena e antropóloga Luana Kumaruara.
Um ato simbólico de lançamento do Protocolo de Consulta do Povo Kumaruara foi realizado no final do evento. O manual tem como objetivo servir de instrumento de defesa para os povos indígenas.
“É extremamente importante qualquer evento social, visto que o meio acadêmico está carente de investigações e pesquisas na área social, no qual existe uma demanda grande”, destaca Daniel Ferraz, professor e pesquisador do Instituto Federal do Pará (IFPA).
“Além disso, voltando às questões dos povos originários, nós precisamos evidenciar essas lutas, que estão cada vez mais em alerta. E a Prefeitura de Belém fez uma ótima escolha na formação das mesas, pois trazem figuras representativas de quem convive nas lutas sobre os temas aqui presentes”.


